A pesquisa do grupo está inserida na Linha de Pesquisa Comunicação e Produção do Programa de Pós-Graduação da PUC-Rio. Seu objetivo é analisar a comunicação e, em especial, o jornalismo, neste momento de transição desde que a internet, especialmente as plataformas digitais de comunicação, fez uma ruptura no modelo de negócios das empresas jornalísticas privadas. O financiamento do jornalismo pela publicidade, que garantiu por muitas décadas o funcionamento dos grandes jornais, emissoras de TV, revistas e rádio, foi colocado em questão. A publicidade vem se transferindo para a internet, onde a concorrência pela verba dos anunciantes é muitíssimo maior, fazendo com que o financiamento do jornalismo pela publicidade se torne um enorme desafio. Jornais e revistas, mesmo em suas versões on-line, estão em crise em todo o mundo, e o Brasil está longe de ser exceção, com demissões em massa ocorrendo na grande imprensa em processo contínuo. O capitalismo de plataformas, que levou à plataformização do jornalismo, complicou ainda mais a situação dos meios de comunicação, que se vêm confrontados com o poderio do duopólio Google/Facebook. O contexto da plataformização tem levado a aproximações e disputas, inclusive judiciais, entre a grande imprensa e as plataformas digitais, que ganham dinheiro sobre conteúdo produzido por ela.
A regulação das plataformas e da comunicação como um todo é, portanto, outro ponto de estudo importante para essa pesquisa. A pergunta que surge, então, é: como o interesse público está colocado neste jogo de poder e dinheiro que envolve a comunicação e, em especial, o jornalismo?
A pesquisa busca fazer uma revisão bibliográfica sobre o tema com base na Economia Política da Comunicação. Além de livros e artigos acadêmicos, também pesquisamos documentos da própria imprensa sobre este processo, como relatórios de inovação de jornais, declarações das empresas aos funcionários e ao público. Documentos governamentais, leis e projetos de lei ligados ao tema também são estudados. Fazemos ainda um acompanhamento de notícias, tanto na grande imprensa quanto em sites especializados, uma vez que este é um objeto de estudo em plena mutação.
Em paralelo a este acompanhamento de notícias, fazemos entrevistas em profundidade com jornalistas da grande imprensa do Rio de Janeiro – que é bastante representativa, uma vez que é nesta cidade que está sediada a maior organização de comunicação do Brasil, o Grupo Globo – e na nova imprensa que vem surgindo na internet, como sites jornalísticos especializados que estão buscando novos modelos de negócios para se sustentar. A escolha dos entrevistados desta dita nova imprensa tem por base veículos chefiados e com conteúdo produzido por jornalistas, e não o chamado midiativismo. Nas entrevistas, são abordados os seguintes temas principais: modelo de negócios; mudanças na grande imprensa para fazer frente ao novo cenário; condições de produção; se antigos paradigmas do jornalismo, como os critérios de noticiabilidade, ainda prevalecem; e o futuro do jornalismo de qualidade na opinião de cada um dos jornalistas entrevistados.
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